data-filename="retriever" style="width: 100%;">Recentemente, um articulista deste Diário, voltou a tratar desse assunto e não quero deixar que esfrie novamente.
Paris tem a Torre Eiffel, Nova York, a Estátua da Liberdade, Rio de Janeiro, o Cristo Redentor, Juazeiro, a estátua do Padre Cícero, Porto Alegre, o Laçador, Caxias do Sul, o monumento ao Imigrante, Santa Cruz do Sul, sua Catedral Gótica. E, assim por diante, poderíamos referir inúmeras cidades do mundo inteiro que são conhecidas por monumentos que são verdadeiros ícones, que tornam a cidade conhecida e promovem o turismo. Temos o caso recente de Encantado que, com a construção de seu Cristo, está chamando a atenção do mundo empresarial e, desde já, promovendo o turismo interno.
Há alguns anos, foi realizado um concurso de fotografias que procurou registrar locais característicos de Santa Maria. As belíssimas fotos expostas não conseguiram me convencer como sendo "marcas" de Santa Maria. Creio que, na verdade, não temos um monumento, edifício, obra de arte ou acidente natural que, como ícone, nos coloque no mapa turístico do Estado.
Lamentavelmente, abandonamos nosso codinome de "Boca do Monte", que era uma herança imemorial, vinda do tempo que nossos ancestrais tapes, minuanos e charruas se deslocavam pelo "Corredor Central" e chegavam à Boca do Mato Grande, caminho para alcançarem o Planalto Médio e o Alto Uruguay. O nome indígena "caá-yára" (boca do mato), foi traduzido pelos espanhóis, aqui chegados nos primeiros anos do século 17, literalmente para "Boca do Monte" e adotado pelos portugueses, que somente vieram a se estabelecer por aqui no final do século 18 (1787-1797).
Todas as referências ao local onde hoje se encontra a cidade sempre estiveram ligadas ao nome "Santa Maria", certamente, por iniciativa dos jesuítas que, primeiro, palmilharam estes rincões estabelecendo suas "Reduções". Santa Maria da Boca do Monte é o nosso nome de origem e deveríamos mantê-lo com orgulho e tradição.
A veneração à Medianeira, surgida durante o século 20, está ligada à destinação desta terra que tem o nome de Maria. Nada mais natural, portanto, que ligássemos o nome de nossa cidade a um monumento e este viesse a se tornar o símbolo de nossa terra. Uma estátua de proporções grandiosas, colocada na plataforma natural que já existe - o Cerrito- na entrada da cidade, projetando-se contra o céu, viria consagrar, definitivamente, Santa Maria com um ícone monumental, pelo qual se tornaria conhecida nacionalmente. Seria um ponto turístico invejável pelo panorama que se poderá desfrutar desde aquela elevação, tanto para o norte, com a visão da cidade em exposição, quanto para o leste, descortinando Camobi e a Cidade Universitária e as coxilhas do sudoeste, até São Sepé e Caçapava.
Essa realização magnífica, com potencialidade para mobilizar toda a comunidade, está à espera de lideranças empreendedoras e sérias, capazes de somar organizações religiosas, forças políticas, administração municipal, entidades empresariais e, principalmente, o povo, devotado e simples, que receberia esse desafio com alegria e entusiasmo. O projeto já existe com o cálculo estrutural já feito. É só começar!